As novas regras preveem aumento dos recursos para contratações de empréstimos, aumento da cota de financiamento do imóvel usado e reabertura para financiamento do segundo imóvel.
No setor privado, as cotas de financiamento passarão de 50% do valor do imóvel para 70%, enquanto os funcionários públicos deixarão os 60% atuais para financiar 80% dos imóveis. Na comparação com o orçamento aprovado anteriormente, as medidas representam uma aumento de 10% no uso do FGTS nas contratações.
No fim de fevereiro, o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aprovou R$ 22,5 bilhões em recursos adicionais para crédito imobiliário, dos quais R$ 16,1 bilhões serão destinados à Caixa, a maior participante do segmento, com 67,2% do mercado local. Com os novos recursos, o banco elevará a quantidade de contratações este ano em 64 mil unidades, o que corresponde a 3% do total inicialmente previsto.
Para Miriam, o aumento da cota para imóveis usados alavancará o mercado também de novos, uma vez que a cifra que o banco financia representa um dos fatores que mais impactam a decisão pelo financiamento. Além disso, na avaliação da presidente da Caixa, a medida induz o mercado de novos imóveis, especialmente para classe média e alta, porque em geral a compra implica na venda do antigo.
Ela detalha ainda a volta da possibilidade de financiamento do segundo imóvel, que havia sido suspensa, com condições iguais às do primeiro financiamento, de modo que o cliente poderá ter dois imóveis financiados ou consiga ganhar tempo na venda do seu primeiro imóvel, que serviria como entrada do imóvel novo.
Mais R$ 10 bi em CRIs
O Conselho Curador do FGTS autorizou ainda o uso de R$ 10 bilhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). A Caixa informou que utilizará R$ 6,7 bilhões do volume aprovado.
Até 31 de maio deste ano serão aplicados R$ 2,68 bilhões em imóveis entre R$ 600 mil e R$ 750 mil no Distrito Federal, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Até 31 de agosto serão aplicados R$ 2,01 bilhões: 60% em imóveis de até R$ 225 mil nos limites do FGTS e 40% em imóveis nas condições do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE) e do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Por fim, até 30 de novembro serão destinados mais R$ 2,01 bilhões: 60% em imóveis de até R$ 225 mil nos limites do FGTS e outros 40% em imóveis nas condições do SBPE e do SFH. A medida também deve aquecer o segmento de média e alta renda, de acordo com a Caixa.