Desistência ocorre em caso de redução de faturamento em pelo menos 15%
Empresas acertaram multa de R$ 150 mi para quem desistir da operação
Os dois maiores grupos de educação superior privada do país, Kroton e Estácio, poderão desistir da combinação de seus negócios se o órgão de defesa da concorrência impuser restrições que reduzam o faturamento combinado de ambas em pelo menos 15%, informaram as empresas.
Em comunicados ao mercado enviados na noite de quinta-feira (14), as empresas afirmaram ainda que poderão desistir da operação se o Cade impuser venda ou restrição definitiva ao uso da marca Estácio.
As empresas acertaram uma multa de R$ 150 milhões para quem desistir da operação que reforçará a liderança da Kroton no ensino superior do país, ampliando sua base de alunos para cerca de 1,6 milhão de estudantes.
Kroton e Estácio tiveram receita líquida combinada em 2015 de R$ 8,2 bilhões, o que significa que as empresas poderão recuar da transação se o Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) impuser restrições que reduzam este montante em cerca de R$ 1,2 bilhão.
Ainda segundo os comunicados, a compra da Estácio pela Kroton prevê que os acionistas da Estácio receberão dividendo extraordinário de 420 milhões de reais, o que equivale a R$ 1,37 por ação.
A empresas também informaram que as eventuais restrições a serem impostas pelo Cade não vão alterar a relação de troca ajustada de ações já acertada pelas empresas.
Em outubro passado, a Kroton vendeu a relevante operação de ensino a distância Uniasselvi aos gestores de fundos Carlyle e Vinci Partners por R$ 1,1 bilhão após determinação do Cade para a companhia se desfazer do ativo depois da aquisição da Anhanguera em 2013.